Ponte Preta não se intimida e vence Palmeiras no Allianz Parque

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Como protesto pela goleada diante da Chapecoense na rodada passada, a maior torcida organizada do Palmeiras, a Mancha Alviverde exibiu a faixa “acabou a paciência” e a manteve durante todo o jogo desta quarta-feira (14). Acabou expondo o sentimento de quase 29 mil torcedores nesta noite, no Allianz Parque, ao ver o Palmeiras perder por 1 a 0 para a Ponte Preta.

A irritação dominou o estádio com mais uma atuação ruim. Sem uma derrota vexatória como aquele 5 a 1 em Santa Catarina, mas capaz de propiciar revolta. A Macaca fez o único gol do jogo com Fernando Bob convertendo pênalti contestável de Victor Ramos, aos 27 minutos do primeiro tempo. Do outro lado, o Verdão ouviu vaias desde o intervalo e passou quase toda a etapa final sob xingamentos.

Com o segundo revés consecutivo, o Palmeiras perde a chance de ficar entre os quatro primeiros colocados do Campeonato Brasileiro e tenta se reabilitar às 18h30 (de Brasília) deste sábado, contra o Avaí, em Florianópolis. Já a Macaca, que venceu seu primeiro jogo após a saída do técnico Doriva para o São Paulo, fica próxima da zona de classificação para a Libertadores e volta a entrar em campo diante do Coritiba, às 11 horas de domingo, no Moisés Lucarelli.

O jogo – O Palmeiras entrou em campo com vontade, brigando com qualquer dividida e, na base da raça, viu Lucas bater rente ao gol, logo aos dois minutos. Mas logo ficou claro que raça não ganha a partida, e o torcedor que se animou com o brio da equipe foi se irritando.

Sem Gabriel, Arouca e Robinho, o Verdão fica sem meio-campo. Bastou à Ponte Preta manter sua organização para dominar a partida. Andrei Girotto não conseguia marcar nem ajudar na saída de bola e, com a intermediária bloqueada, nem Dudu conseguia ser acionado. A equipe mal conseguiu acertar passes consecutivos e consagrou a zaga da Macaca, com lançamentos inúteis para Alecsandro.

O rival campineiro foi avançando, tomando conta do campo adversário e só parando no esforço dos zagueiros do Palmeiras, que se jogavam para que os erros de seus colegas na frente não virassem gols. Os comandados de Marcelo Oliveira nem pareciam que ficaram uma semana apenas treinando, pois não acertavam praticamente nada.

O preço de tantos erros apareceu aos 25 minutos. Victor Ramos fez desarme preciso dentro da área e, na sequência da jogada, um chute de Felipe Azevedo acertou seu braço. O árbitro Raphael Claus apontou pênalti, que Fernando Bob converteu. O palmeirense nas arquibancadas mal sabia se ficava mais irritado com o gol rival ou a marcação da arbitragem, mas a paciência já passava longe do Palestra Itália.

Entre as falhas de Rafael Marques, o sumiço de João Paulo pela lateral esquerda e as deficiências técnicas de Alecsandro, Marcelo Oliveira preferiu mexer em seu jogador mais inútil: Andrei Girotto. A torcida, enfim, pôde fazer festa com a entrada de Gabriel Jesus no lugar do volante, ainda aos 35 minutos do primeiro tempo.

Com um minuto em campo, Gabriel Jesus foi à área para finalizar e parar em boa defesa de Marcelo Lomba, que ainda se jogou nos pés de Rafael Marques, no rebote, para salvar a Macaca. Mas a jogada de perigo foi uma exceção. O Palmeiras parecia temer se aproximar de seus rivais na marcação e partiu para o intervalo agradecendo por não estar perdendo por placar maior.

O time seguiu para os vestiários sob vaias e voltou mais presente no ataque, mas ainda raramente acertando. Gabriel Jesus não era mais do que outra opção de correria além de Dudu, o que pouco era útil diante dos erros na troca de passes. Individualmente, Alecsandro continuou falhando demais e deu seu lugar a Cristaldo, ouvindo xingamentos e chutando o que viu pela frente, com raiva de sua atuação.

A Macaca já nem precisava ocupar tantos espaços na frente. Posicionou-se para contra-atacar, à espera das bolas que sempre vinham aos pés de seus jogadores. Nessa postura, Prass salvou o Verdão ao defender finalização de Elton, aos 15. Quatro minutos depois, Marcelo Oliveira virou vilão ao tirar Dudu para colocar Allione em campo e ser chamado de “burro”.

Mas tanto quem estava no campo quanto os escolhidos para jogar foram completamente incapazes de diminuir a irritação de uma torcida que ficou revoltada na rodada passada, pelo vexame em Chapecó. Após dez dias sem atuar e uma semana apenas treinando, o Palmeiras seguiu errando demais. Sorte da Ponte Preta nesta noite.

(Créditos: Gazeta Esportiva)