Após denúncia, Fifa anuncia a demissão de Jérôme Valcke

"Chute na bunda"

As denúncias responsáveis por relacionar Jérôme Valcke a um esquema na venda de ingressos para a Copa do Mundo de 2014 resultaram em uma mudança extraordinária na alta cúpula do futebol mundial. Nesta quinta-feira, a Fifa anunciou, em comunicado publicado no site oficial, a demissão do secretário-geral, um dos homens fortes da entidade e principal representante dela no Mundial do Brasil.

 

“A Fifa anuncia hoje que o secretário-geral Jérôme Valcke foi colocado sob licença e retirado de suas funções imediatamente até novo aviso. Além disso, a Fifa recebeu uma denúncia de uma série de acusações sobre o secretário-geral e requisitou uma investigação sobre o Comitê de Ética”, escreveu a entidade.

Antigo jornalista de uma das maiores emissoras francesas, Valcke ingressou na Fifa no ano de 2003, quando assumiu o cargo de diretor de Marketing e TV. O dirigente permaneceu apenas três anos no cargo, já que foi afastado da entidade ao ver o seu nome envolvido em um escândalo de patrocínio.

Em dezembro de 2006, um tribunal de Nova York acusou Valcke de mentir durante a negociação que tornou a Visa, empresa de cartões de crédito, a nova patrocinadora da entidade máxima do futebol mundial. A Mastercard, antiga parceira, reclamou da postura do francês, que violou o direito a uma primeira negociação da empresa em troca de um novo acerto com a concorrente. A Fifa precisou pagar uma multa milionária pelo erro.

Apesar do escândalo que resultou em um prejuízo de US$ 60 milhões aos cofres da entidade, a Fifa nomeou Valcke como secretário-geral em 2007. No novo cargo, o francês participou diretamente da organização das Copas do Mundo de 2010 e 2014; esta, última, disputada no Brasil.

Justamente o último Mundial resultou no escândalo responsável por derrubá-lo do cargo na Fifa. Segundo as acusações publicadas nesta quinta-feira pelo jornal O Estado de S.Paulo, Valcke fechou acordos para ficar com 50% dos lucros das vendas de ingressos da Copa de 2014. O esquema teria envolvido mais de 2 milhões de euros (R$ 8,6 milhões) para o cartola.

Quem apresentou as acusações foi Benny Alon, empresário que trabalha com a venda de ingressos para as Copas desde 1990. A JB Marketing, que é comandada por Alon, relatou o sumiço de mais de 8 mil bilhetes para o Mundial que deveriam ser comercializados pela empresa.

(Créditos: ESPN)