Bancários fazem protesto contra demissões de funcionários

Desde a última sexta-feira (02), os bancários de São Paulo tem realizado diversos protestos contra a demissão de funcionários do Bradesco que tem ocorrido mesmo após o compromisso dos bancos Itaú, Santander e do próprio Bradesco, em não demitir durante a pandemia do novo coronavírus (Covid-19).

De acordo com o Sindicato dos Bancários e Financiários de São Paulo, Osasco e Região, o Banco Bradesco confirmou a quebra do compromisso ao emitir o comunicado “Concessão de Benefício Adicional no Desligamento”, em que trabalhadores que forem comunicados da sua demissão sem justa causa, no período entre 21 de setembro e 30 de novembro, por iniciativa do Bradesco e empresas ligadas, terão os planos de saúde e odontológico mantidos por seis meses além do que prevê a Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) da categoria.

Para o Sindicato, a quebra do acordo (confirmado em 8 de abril de 2020), tem deixado grande parte dos funcionários chateados, pois colegas de trabalho com mais de 10 anos de trabalho tem sido demitidos.

De acordo com a secretária-geral do Sindicato, Neiva Ribeiro, o banco assumir publicamente o compromisso como forma de marketing é um desrespeito. “Falar em apoiar medidas de combate à pandemia e em valorização de pessoas, quando confirma que vai romper o compromisso de não demissão durante a pandemia, assumido publicamente, que serviu para fazer marketing para a instituição, é desrespeitoso. O comunicado anuncia o “benefício” de manutenção dos planos de saúde e odontológico por seis meses a mais do que o banco é obrigado pela nossa convenção coletiva como uma boa notícia. Porém, o que o banco chama de benefício é o mesmo que colocar um band-aid em uma fratura exposta. Uma fratura provocada pelo próprio Bradesco, a demissão de trabalhadores em meio à uma pandemia”, enfatiza. 

“A pandemia não acabou. Estes trabalhadores demitidos pelo Bradesco, pais e mães de família, não encontrarão recolocação no mercado neste momento, uma vez que os demais bancos não estão contratando. Em um momento dificílimo para o país, de crise sanitária e econômica, ao não honrar o compromisso que assumiu o Bradesco irá colaborar para elevar a já altíssima taxa de desemprego no país. Isso não é ter responsabilidade social, algo que o banco deveria fazer enquanto concessão pública. Isso é uma desumanidade”, acrescenta.