Fraude, o mal das empresas sem controle interno. Por que acontece?

Para muitos proprietários e grandes acionistas de empresas é inadmissível que seu braço direito, formado por diretores, gerentes e colaboradores nas organizações cometam fraude à companhia na qual se desempenham em cargos de grande relevância.


Uma situação reprovável que leva a pensar nas razões pelas quais uma pessoa comete um ato ilegal que põe em perigo a sua estabilidade na empresa, a sua reputação como profissional e até a sua liberdade.


Surge a principal interrogação que muitos donos de companhias se fazem ao ser vítima desta conduta furtiva por parte de seu pessoal de confiança. Por que alguém comete fraude?

Motivação, atitude e oportunidade

Na fraude estão imersos três grandes componentes: a motivação, a atitude e a oportunidade de que ocorra a fraude.

Dar a oportunidade a alguém de cometer uma fraude é uma das principais razões pelas quais este ocorre, geralmente as pessoas com maior probabilidade de cometer fraude são aquelas que ocupam os cargos intermediários: gerentes, executivos, administradores, contadores públicos das companhias.Estes vícios ou desvios de fundos que põem em risco a rentabilidade do negócio se dão durante em qualquer ponto do ciclo operacional e administrativo das companhias.

Como já mencionado no parágrafo anterior, há muitas razões pelas quais as pessoas cometem fraude em uma empresa, mas de acordo com estudos a grande maioria ao perguntar-lhe as razões pelas quais o tinham feito, ou o que os impulsionava a cometer esta falta a resposta não era precisamente dificuldades econômicas, senão porque “pude fazê-lo; “tive a oportunidade de fazê-lo; ou as “condições estavam dadas para que o fizesse não foi a motivação, mas a oportunidade que a pessoa teve para cometer a fraude.

Até se poderia chegar a pensar que a atitude, a falta dos valores éticos e morais foram preponderantes para cometer o delito.Quando a pessoa não tem princípios pode ser que não se age sob uma perspectiva de racionalização, já que em sua consciência o esquema é um fato normal.Surpreendentemente, a falta de princípios não é a principal causa para que se repita este tipo de comportamento, mas a oportunidade que tem para cometer o desfalque.

Segundo um famoso estudo de comportamento realizado por Bologna, Lindquest e Wells pôde revelar-se que 20% das pessoas terá um comportamento honesto, ou seja, não incorrerá em uma situação de fraude, os outros 20% não ousarão cometer um crime de fraude, mas os restantes 60% agem de acordo com as condições e a situação que se apresenta.Estas últimas pessoas são as mais propensas a cometer uma fraude.

Controle interno pode prevenir fraudes

Não há nada que justifique uma situação de fraude, mas deve-se prevenir e eliminar o fator oportunidade, é aí que entra em jogo o controle interno nas empresas e organizações, a fim de proteger e zelar pelos recursos da companhia. Trata-se de evitar a todo o custo que a empresa tenha prejuízos financeiros por fraudes ou por comportamentos negligentes que possam afastar a empresa dos seus objetivos.

O problema é que muitos gestores e proprietários se dedicam a muitas tarefas quotidianas próprias de cada operação e não se dedicam a pensar nos seus controlos internos para prevenir a fraude.

Presidentes, acionistas, sócios majoritários e proprietários absolutos das empresas se ocupam primordialmente de tratar de ser mais competitivos e aproximar-se das metas da companhia, Mas, no caminho, esquecem-se de que têm de procurar vigiar e zelar por que não haja oportunidades para as pessoas cometerem fraudes.


As pequenas e médias indústrias encontram-se no dilema de gerar ou não um controlo interno exaustivo, apesar de ter poucos empregados e muitas ferramentas tecnológicas de informação.A resposta é muito simples, desde o início toda organização deve ter um sistema de controle para prevenir a fraude.

Existe uma antiga declaração dentro do planejamento empresarial que diz que “o que não se pode medir, não se pode controlar e o que não se pode controlar não se pode melhorar”.

Investir num controle interno

Os controles devem ser ajustados e melhorados para que as medidas possam ser tomadas sejam as mais fiáveis e seguras. Não se trata de investir mais dinheiro no controle interno, mas sim de planejar os mecanismos e as estratégias de prevenção e acompanhamento da fraude.

No entanto, pode ser mais dispendioso não ter controle interno do que o investimento que fazemos em tempo e dinheiro para implementar um que evite fraudes. As fraudes são geralmente bilionárias e, quando ocorrem perdas, são bastante significativas.

Em um estudo conduzido pela PwC, a maioria dos empresários disse ter perdido até US $ 1.000.000 por fraude. Pesando quanto custa um investimento em um controle interno? Se dermos a oportunidade de ocorrência de fraude, simplesmente o controle interno eliminará a possibilidade de sua ocorrência. Há muitos casos que foram produto de descuidos por parte dos clientes, mas também há muitos que são falhas nos controles internos das empresas, o que confere maior vulnerabilidade à companhia.