Magazine Luiza e B2W avaliam aquisição da Netshoes

A Magazine Luiza e B2W estão atualmente avaliando uma potencial operação envolvendo a aquisição da Netshoes, mas até o momento não há acordo para eventual transação, afirmaram ambas as varejistas na quarta-feira.

Os comunicados foram divulgados após o fechamento do mercado na véspera, na esteira de notícia publicada pelo blog Brazil Journal um dia antes de que as duas empresas estavam negociando a compra da empresa de comércio eletrônico.

Na terça-feira, os papéis da Netshoes, que são negociados em Nova York, chegaram a subir quase 36 por cento na máxima da sessão, mas encerraram com acréscimo de 18,66 por cento, a 2,48 reais. Na quarta-feira, recuaram 11,29 por cento.

“Não há contudo, até o presente momento, qualquer contrato, acordo ou oferta vinculante acerca de uma eventual transação, assim como não há qualquer garantia sobre a efetivação de qualquer negócio entre as partes”, disse a Magazine Luiza.

A B2W disse que está sendo assessorada pelo BTG Pactual, mas também afirmou que, até o momento, não há qualquer decisão da companhia sobre uma eventual aquisição de ações, tampouco qualquer documento vinculante.

A Netshoes contratou o Goldman Sachs no ano passado para buscar um novo sócio que possa injetar capital na companhia, depois do banco ter ajudado a empresa a refinanciar sua dívida, afirmaram duas fontes com conhecimento do assunto.

Desde a estreia na bolsa de Nova York, em abril de 2017, as ações da varejista online caíram quase 90 por cento.

Analistas do Brasil Plural consideram a operação neutra para o Magazine Luiza, já que de acordo com o atual valor de mercado da Netshoes a aquisição não afetaria substancialmente os fluxos de caixa da empresa, enquanto as operações da Netshoes não apresentam crescimento atrativo que a Magazine Luiza poderia capturar em um cenário de aquisição.

“No entanto, a empresa poderia aproveitar a oportunidade para entrar no negócio de vestuário e calçados, seguindo os passos da Amazon no Brasil”, afirmaram os analistas, em nota a clientes.

Para a B2W, eles consideram a possível aquisição negativa, argumentando que a empresa não possui nenhum caixa extra disponível para a aquisição de uma empresa com crescimento lento e queima de caixa, “já que enfrentam um ambiente mais competitivo em comércio eletrônico no Brasil, com os concorrentes adotando uma abordagem mais agressiva sobre frete grátis e outras iniciativas comerciais”.

(Créditos: Agência Reuters)

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