Preço do imóvel usado sobe 35,58% na cidade de SP e vendas caem

Os preços médios dos imóveis usados subiram 35,58% na cidade de São Paulo em novembro, na comparação com outubro de 2019. Em doze meses, contados a partir de dezembro de 2018, a alta acumulada foi de 35,95%.

Em outubro, a alta foi de 12,27%. O índice de novembro corresponde a mais de 30 pontos percentuais acima da inflação de 3,27% medida pelo IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) no período.

O aumento elevado nos preços dos imóveis refletiu na queda de 17,28% nas vendas, registrada no período.

O levantamento foi divulgado na segunda-feira (20) pelo Creci-SP (Conselho Regional de Corretores de Imóveis do Estado de São Paulo). Para a pesquisa foram consultadas 277 empresas.

“Tivemos redução de juros e aumento de oferta de crédito no período, o que fez as pessoas se voltarem para o mercado imobiliário. Com isso, os donos de imóveis cresceram os olhos e começam a supervalorizar seus empreendimentos”, diz José Augusto Viana Neto, presidente do Creci-SP.

Para Viana Neto, as notícias de que a economia está melhorando anima as pessoas a investirem, principalmente no mercado imobiliário. “Quando isso ocorre, há um movimento de investidores que saem do mercado de capitais para investirem em imóveis, só que a maioria é amadora. Esse movimento acabará se estabilizando. ”

O presidente do Creci-SP acredita que os preços devem ser corrigidos e que o levantamento de dezembro, que será fechado no final de janeiro, já trará isso.

“Os donos de imóveis viram que houve uma queda expressiva nas vendas por causa dos aumentos praticados, por isso acredito que os preços voltarão a cair”, comenta Viana Neto.

Ano deve fechar com saldo positivo de vendas

Viana Neto acredita que mesmo com esta baixa nas vendas, 2019 deve fechar com um saldo positivo.

“A pesquisa sobre o comportamento do mercado em dezembro, está em andamento, mas até novembro o saldo acumulado de vendas registrava crescimento de 32,16%”, afirma.

Em novembro, segundo a pesquisa, 47,47% das casas e apartamentos vendidos tinham preço final de no máximo R$ 500 mil e 50,79% do total negociado enquadrou-se nas faixas de até R$ 6 mil o metro quadrado.

Maioria comprou à vista

Segundo a pesquisa, a média de descontos variáveis sobre os preços fixados pelos donos dos imóveis vendidos em novembro foi de 5,64%, para os situados em bairros da Zona A, de 13,5% para os da Zona B, de 7% para os da Zona C e de 6,75% para os da Zona D.

A maioria dos imóveis – 58,59% – foi vendida com pagamento à vista. Os financiamentos bancários ficaram em segundo lugar, com 38,38%, seguidos pelo pagamento parcelado pelos donos dos imóveis, com 2,02%, e pelos consórcios imobiliários, com 1,01%.

A Zona C, que reúne bairros como Tremembé e Vila Guilherme, e a Zona A foram onde mais se vendeu imóveis usados em novembro – 36,36% e 37,39% do total, respectivamente. O restante distribuiu-se pelas Zonas B e D, ambas com 11,09%; e pela Zona

E, que agrupa bairros como São Miguel Paulista e Parelheiros, com 4,07%.

A pesquisa também mostrou que a preferência dos compradores recaiu sobre os imóveis de padrão médio, com 74% de participação no total vendido, seguido pelos de padrão luxo (10%) e padrão standard (16%).

Locação residencial tem queda de 10,93%

O número de imóveis residenciais alugados em novembro na cidade de São Paulo foi 10,93% menor que o de outubro, segundo a pesquisa. Do total locações, 51,52% eram apartamentos, e 48,48% eram casas.

A queda de 10,93% no número de novas locações em novembro reduziu de 32,68% para 21,75% o saldo positivo acumulado no período de dezembro de 2018 a novembro último.

Ao contrário do que ocorreu com os preços de venda dos imóveis usados, os valores médios dos aluguéis novos caíram 0,74% em relação a outubro. No entanto, no acumulado dos 12 meses contados a partir de dezembro de 2018, foi de alta de11,51%.

Mais da metade dos imóveis alugados em novembro – 55,05% – foi no valor mensal de até R$ 1.400.

No segmento de apartamentos, a locação que mais aumentou foi a de apartamentos de três dormitórios em bairros da Zona C – subiu da média de R$ 2.767,59, em outubro, para R$ 3.794,44, em novembro, ou seja, alta de 37,1%.

Entre as casas, o aluguel que mais subiu – 26,01% em média – foi o das de dois dormitórios situadas em bairros da Zona B, que pulou de R$ 1.314,29, em outubro, para R$ 1.656,15, em novembro.

(Créditos: R7)